sexta-feira, fevereiro 25, 2005
Uma janela em meu caminho
Acabei de voltar de outra das minhas viagens de "final de semana", sem estar num final de semana. Só que desta vez fui num dia e voltei nele mesmo. Cheguei à conclusão que tenho que parar por uns tempos. Estou ficando meio cansada e sem muita paciência. Agora, o pior de encarar as distâncias é encarar os ônibus e as estradas.
Entrei nele e logo que me sentei, observei que tinha escolhido justamente um lugar na saída de emergência. Para o conhecimento de todos, foi criada uma lei que obriga as empresas de ônibus a fazerem todo aquele procedimento, igual ao que é feito nos aviões, antes da decolagem. Agora o motorista virou rodomoça. Já estava imaginando ele lá na frente explicando o que deve ser feito no caso de um acidente, algo muito mais comuns nas estradas do que no céu do Brasil, mas nada disso aconteceu. Será que a lei ainda não foi aprovada, ou será que não pegou?
Voltando à viagem, observei um adesivo na janela que explicava que, em caso de emergência, era para arrebentar o lacre e quebrar o vidro com um martelinho. Mas para minha surpresa não havia martelinho e muito menos lacre. Não me preocupei e resolvi tirar uma sonequinha durante o percurso de três horas até Goiânia. Reclinei a poltrona fechei os olhos e comecei a tentar dormir. De repente começo prestar atenção num barulho que vem da janela.
Nhec, nhec, qui qui qui qui, qui, nheeeec, nhenhenhenhe,quiquiquiquiqui, nhec nheheheheheh!
Sabe quando um barulhinho vai entrando dentro do seu cérebro e começa a te perturbar mesmo? Pois esse estava assim.Parecia um suplício chinês! E quanto mais eu tentava não prestar atenção, mais eu prestava. Tentei apoiar a cabeça no vidro para ver se assim segurava o vidro e o barulho parava. Mas a situação piorou! Agora, além do barulho dentro do meu cérebro, ele estava chacoalhando todo e aquela situação foi me irritando.
Foi aí que descobri o que eu acho ser o motivo da ausência do martelinho naquela janela, porque aquilo era uma emergência.
Por Krisha às 00:24