Termina hoje a noite o famoso Festival de Cinema de Brasília. Moro a menos duzentos e cinqüenta metros do Cine Brasília onde acontece o festival. É só atravessar a W1, andar mais duzentos metros e estou lá, mas não fui nem um dia sequer e provalvelmente não irei hoje. Por pior que possa parecer, foi por esquecimento mesmo. Com a confusão de procurar apartamento nem me dei conta que o festival já tinha começado.

Falando em apartamento, nunca mais comentei a respeito, mas a reforma desse que moro hoje ainda não acabou. Gente, não aguento mais poeira! Não aguento mais ver as coisas fora do lugar. Caixas e mais caixas, roupas perdidas que não encontro mais. Fora a quantidade de coisas que já joguei fora. Como a gente consegue guardar coisas inúteis! Estamos - acredito eu - chegando ao final dessa confusão toda, mas acho que Natal por aqui será muito difícil. Apesar de ver as coisas se concluindo não vejo como reorganizar tudo a tempo.

Hoje é feriado por aqui. Dia do Evangélico. Acho até que eles têm direito a um feriado próprio, apesar de achar que o Brasil já tem feriados demais.

Ontem me mandaram um link do livro A fraude do século do empresário André Basília sobre a chegado do homem a lua. Muito impressionante e convincente. Vale a pena conferir o link acima.

A novidade que tenho pra contar é que achei um apartamento do meu agrado, dentro do padrão de preços que poderia pagar, e ele é meu desde quinta-feira. E o legal é que assim que coloquei os pés nele sabia que seria meu. Terei muito poucos ajustes pra fazer por lá. Apenas pequenos detalhes. Foi complicado, tive que andar muito, mas nada na vida que é muito fácil tem graça.

No nordeste estão acontecendo as Olimpíadas Indígenas, se não me engano na Bahia. Fiquei impressionada com um grupo de índias que corria, carregando um tronco enooorme nas costas - não é só índio que compete nessa prova não! Imaginei como seria se fosse por aqui! Primeiro que não carregamos troncos nas costas de maneira alguma. Imagina, correr o risco de quebrar uma unha! Acabar com aquela escova maravilhosa? De jeito nenhum! Depois nós é que temos uma vida difícil.

Uma ótima semana para todos.

Ontem não teve post porque me embrenhei em uma aventura na cidade satélite de Taguatinga, Tauá + Tinga, originado do Tupi-Guarani, que significa barro branco, ocorrência geológica que se verifica na região.

Digo que foi uma aventura, porque a muitos anos não ia até lá e, por conseqüência não conhecia mais nada. A cidade mudou muito. Quem conhece a região aqui de Brasília sabe que por aqui não existem nomes nas ruas, apenas abreviaturas que acabam numa sopa de letrinhas difícil de digerir: QNB, QNP, SQS, CLSW, e por aí vai.

Tinha uma entrevista agendada para as 11h15 da manhã de ontem e lá fui eu, munida apenas do endereço - Lote 01, sala tal. Pensei: "Vou de metro ou vou de ônibus? A segunda opção me pareceu mais acertada por conta do cobrador que poderia me orientar em como chegar ao meu destino. E fui orientada direitinho! Desci na quadra, agora era só achar o tal edifício, no tal lote... Moleza!" Nesse ponto começa minha aventura. Rodava as quadras e nada de encontrar. Faltando pouco para o horário marcado, comecei a perguntar:

- Sabe onde fica esse endereço? Só ouvia:

- Não sei não!

Como é que as pessoas moram num lugar e não conhecem nada a respeito dele?

Por fim, depois de rodar por diversas vezes a mesma quadra, de ser mandada de lá pra cá como um ioiô, consegui encontrar o lugar. Ainda tive que permanecer na cidade até o final da tarde para uma segunda etapa da minha aventura. Cheguei em casa tão cansada que não encontrei disposi&cetilde;ão para escrever nada. Espero que pelo menos tenha valido a pena.

Ah! Já ia me esquecendo: QNB: deduzi que significa Quadra Norte B, porque vem numa seqüência de A à M. Me perdoem se estiver enganada.

Essa semana fiz uma triste descoberta que mexeu com os meus nervos. Estou querendo imensamente comprar um apartamento e descobri que a minha cidade tem o metro quadrado mais caro do Brasil. Descobri que aqui, aquela música - ...de que me vale um saco cheio de dinheiro, prá comprar um quilo de feijão... - faz muito sentido.

Tenho andado feito camelo atrá de uma boa oferta e pelo visto, se quiser uma boa oferta mesmo, terei que andar mais e me transformar num ser de imensurável paciência.

Outra coisa que me chamou atenç&aatilde;o foi o fato de não entender como certas pessoas podem colocar um imóvel a venda sem ao menos fazer uma faxininha básica. Não acreditariam se eu descrevesse a imundice de alguns. Fora outros detalhes t&éacute;cnicos que náo vem ao caso.

Também teve o caso de um corretor para quem liguei para saber o preço de uma kitnet que teve a audácia de dizer um valor absurdo só porque - segundo ele - ela possuía uma cobertura com sauna, piscina e churrasqueira coletiva, é claro! Aqui em Brasília as pessoas têm a mania ridícula de achar que não faz mal você viver em um espaço de vinte oito metros quadrados. Afinal de contas tem todo esse luxo citado aí em cima. Brincadeira, né?

Outro detalhe é que, você compra um imóvel hoje e daqui alguns meses vende pelo dobro. Nunca vi um espaço quadrado tão valorizado como este daqui. Se algum de vocês estiver com muita grana sobrando e quiser investir... pode me procurar. Sei das melhores ofertas e os melhores lugares para tal investimento. Mas tem que ser muita grana mesmo e rápido! Porque amanhã não sei se dá. Falando nisso... deixa eu correr atrás dos classificados, antes que o meu dinheirinho suado desvalorize ao ponto de não comprar mais nada. Fui.

Lendo o texto da Andréa de ontem, me deu nostalgia e fiquei pensando: do que é que eu tenho saudades? Ah! Poderia fazer uma lista enorme, com uma porção de coisas, mas separei algumas.

Tenho saudade de você, de banho de chuva, do lanche da tarde no sítio da minha avó, da minha infância e adolescência, ando com saudade de Pieroqui - pastel polonês, que não é assim que se escreve, mas é assim que se fala -, colo e comida de mãe, da casa que vendi, de certos amigos, das noites de sexta e sábado, do friozinho gostoso para namorar, de Londrina e de Arapongas, banho de cachoeira, pipoca e filme, de deitar na rede e na grama, manga, dos tempos do Pano de Boca, balanço de corda, saudade da Guenha e da Zocha, morangos, andar descalça, da minha floresta, mas tenho saudades principalmente dos tempos em que não me preocupava com nada, em que tudo era fácil e de como era fácil também tomar decisões. Bastava me resolver e fazer. Ah! Tem horas que tenho de saudades de mim.

E vocês? Do que é que vocês têm saudades?

Fiquei emocionada. Recebi uma porção de carinho essa semana. São pessoas assim como vocês que fazem a vida ter um colorido especial. Mais um pouquinho e ficava metida. Pensei em dar um tempinho para mim, para cuidar das minhas coisas mas, como? Como abandonar um espaço que só me trouxe alegrias? Um espaço que só colocou em meu caminho pessoas especiais? Como abandonar depois de ouvir tantos pedidos sinceros de "não p´ra" apesar de n´o me achar com essa bola toda. Não dá né? Então aqui estou eu de volta ao meu mundinho que é mais de vocês do que meu. Então vamos remando e sem mordaças.

Vou começar voltando um pouco no tempo, falando do tempo anterior a minha vinda a Brasília. Um tempo em que era uma menina com meus 16 anos de idade, considerada com "cabeça" de 20 e tantos. Sempre tive problemas com minha idade. Nunca pude dizer minha idade que sempre havia divergência. Naquela época era para mais, agora é "graças a Deuspara menos.

Adorava tudo que se referia a arte e por isso resolvi fazer teatro. E olha que teatro naquela época, numa cidadezinha típica de interior, era considerado uma desculpa para tudo que você puder imaginar de errado. Sempre existia a indagação do que fazíamos na realidade trancados em uma sala por tardes inteiras. Não era admissível não ter um final de semana "normal", mas o que é ser normal?

Isso também aconteceu na época da ditadura, onde tínhamos que ensaiar duas peças: uma para o público e outra para os censores e mesmo assim eles sempre proibiam uma fala, uma interpretação. Sempre conseguiam enxergar malícia onde não existia. Até mesmo as peças infantis não escapavam çs suas famosas tesouras. E por conta disso o nosso grupo já começava com os questionamentos pelo nome Pano de Boca que nada mais é do que a cortina que se cerra ao final do espetáculo mas, não para nós. Pano de Boca para nós tinha o significado da mordaça que calava o povo brasileiro naquela época. Éramos muito unidos, viajávamos por ali mesmo levando um pouquinho da nossa cultura e das nossas idéias na esperança de abrir os olhos de alguns.

No nosso grupo todos faziam de tudo desde a encenação até pintar cenário, correr atrás de patrocinador, costurar e bolar os trajes das personagens, tocar os instrumentos para as músicas das peças, fazer pesquisa de campo andando de ônibus na hora do rush para perceber como o povo vive na pele e tudo mais que fosse preciso.

Tive ali um ensinamento de vida. Ali me foi aberta não só uma cortina mas, várias cortinas para a vida, para entender e ver o mundo com outros olhos, olhos de companheirismo, uniáo e principalmente humildade.

Obrigada aos companheiros: Ivani Guidini Bana, Selma Abrão David, Bartô - que me guiou nas primeiras poesias - Chiquita, Irineu Guidini, Lúcia Tymoniuk, Wagner Donadio de Souza e outros que infelizmente a memória resolveu náo ajudar a lembrar dos nomes.

In Memoriam: Irineu Guidini

Mais uma vez despejada. Mas uma vez tive que procurar outro endereço para deixar meus textos. Bem que o Groo me avisou mas como sou teimosa, quebrei a cara e vou ficar com esse daqui.

Tentarei trazer todos os meus arquivos antigos, para isso preciso da sua ajuda outra vez Rhe Chega de mudanças, chega de largar meus pedaços por aí. Deixarei também links para meus blog antigos. Já estou com saudades dos meus ursinhos mas acho que a Nielle vai me presentear com alguma coisa bem personalizada. Não posso deixar de mandar-lhe um beijo e agradecer pela oferta de um espaço. Obrigada amiga, mas vou tentar mais uma vez.

Peço desculpas a todos pelo trabalhão de mudar novamente o link nos respectivos blogs mas não sabia que o espaço era tão limitado assim. Pior foi eu tendo que achar novo espaço, configurar todo o template de novo... Mudar um link é simples perto do que apanhei! Espero que mudem o meu no de vocês. Não me deixem só!

Bem, então é isso. Nova blog, fase nova. Espero que de muita sorte e inspiração.