quarta-feira, maio 04, 2005
Reencontro
Eu sei que vou te amar
(Vinícius de Moraes)
Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida, eu vou te amar
Em cada despedida, eu vou te amar
Desesperadamente
Eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Prá te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida
Ela estava tão ansiosa naquela manhã que acordou antes mesmo que o despertador tocasse. Tomou um banho demorado e quente e escolheu um vestido especial. Tudo tinha que ser perfeito naquele dia. Tomou o café, deu uma olhada nas manchetes do jornal, mas nada nem ninguém conseguia desviar a atenção de seus pensamentos naqueles olhos que em breve colocaria os seus e olharia profundamente.
Recebeu uma mensagem. Dizia que ele já estava a caminho do aeroporto pra pegar o avião. Estava muito cedo, mas ela resolveu não esperar em casa. Precisava sair, dar bom dia para o sol, pro céu, pra qualquer um que cruzasse o seu caminho. Tinha urgência em sorrir pro dia.
Chegou ao aeroporto com tempo e foi esperá-lo no terraço, assim poderia ver seu avião chegando. Olhou o relógio, ainda tinha tempo. Estava distante a hora, mas seu coração estava aos pulos. Ele finalmente estava chegando para vê-la e ela não podia conter a emoção e a vontade de se atirar em seu pescoço. Estava morrendo de saudades. Nunca sentiu tanto a falta de alguém. A cada dia sua ausência era mais dolorida. Tantos planos traçados por eles finalmente seriam concretizados em breve.
Tomando um suco ficou ali lembrando de todos os momentos especiais, desenhando em sua mente o seu rosto, seus olhos, seu jeito. Ficou tão envolvida em seus pensamentos que viajou mais alto que qualquer um daqueles aviões e se pegou sorrindo como criança, porque o amor tem dessas coisas. O amor é capaz de nos levar a mundos desconhecidos. Nem viu o tempo passar.
Outra mensagem: - Cheguei, portão dois!
Desceu as escadas como uma criança que está preste a abrir um embrulho. O coração agora mais acelerado, as mãos suavam e aquela emoção sempre presente no reencontro esperado descia com ela cada degrau da escada rolante, que parecia tão lenta agora.
Quando chegou ao portão de desembarque lá estava ele, sorrindo, caminhando em sua direção. Um longo beijo e um abraço apertado fez apenas provar o que eles já sabiam um do outro.
Por Krisha às 01:22