sexta-feira, maio 06, 2005
Colo de mãe
Sempre fui uma mãe coruja. Daquelas que querem seus filhos debaixo das asas mesmo, para mantê-los seguros de tudo e de todos. Acho até que a minha grande realização foi a maternidade, e Deus me presenteou duplamente com essa emoção. A primeira vez, a vinte e um anos atrás, eu era muito jovem, mas poder carregar aquele ser em meu ventre, esperar até o momento em que ele estivesse pronto pra vir ao mundo foi a melhor coisa que me aconteceu. É imediato! O instinto fala mais alto e mesmo com a minha inexperiência e pouca idade, acho que dei conta. Não sei, mas acho que não seria uma mulher completa se não tivesse sido mãe. Depois de algum tempo, quando eu já não mais pensava nessas sensações, quando eu já me sentia satisfeita com a maternidade, pois sempre pensei em ter apenas um filho, outra vez me vi grávida e foi tão maravilhoso quanto da primeira vez.
Sou adepta ao natural então deixei a natureza seguir o curso. Meus dois partos foram normais, com muito prazer. Não sou a favor de apressar as coisas. Cada um tem a sua hora, até para nascer.
Quando olho pra trás, quando me lembro de todos os momentos: o primeiro sorriso, o primeiro "ma-ma", as noites mal dormidas, as fraldas, as mamadeiras, as malas pra ir pra rua, as noites de preocupação com uma febrezinha à toa, suficiente para deixar a gente doidinha, chego à conclusão de que valeu a pena sim e que faria tudo outra vez, se possível fosse meus amores! Talvez até tivesse mais um, mas acho que já foi. Agora é esperar para estragar os netos e não estou longe disso. Calma, sem pressa!
Essa semana novamente as preocupações voltaram quando minha filha apareceu toda amarelinha pra combinar com a cor da parede como ela mesma diz. Isso nos "afastou" dos nossos beijos e abraços diários e ela diz que não suportará ficar assim por muito tempo. Sente falta do meu carinho, ainda mais doentinha, que é quando mais queremos colinho de mãe, eu estou impossibilitada de dar. As preocupações de uma mãe são iguais aos dois, aos quinze, aos quarenta...
Sabemos que nossos filhos não são nossos. Que mais cedo ou mais tarde sairão à francesa, mas para uma mãe eles sempre serão os bebezinhos que um dia foram. Aos olhos das mães filho não cresce, só estica! Os meus estão esticando tão rápido que quase não consigo acompanhá-los. Um já foi, já está em pleno vôo solo.
Agora me vejo do outro lado, sou eu que recebo colinho e carinho quando preciso e isso, apesar de estranho e não muito natural é muito bom. Tive isso de quem ainda me parece tão pequena e frágil, mas que na verdade me deu provas de estar se tornando uma grande moça e o melhor, com a cabeça melhor que a minha. A vida segue seu curso...
Desejo a todas um Feliz Dia das Mães. Talvez na próxima semana, por estar (nesse momento) decidida a fazer uma viagem, eu não coloque post. Tenho uma assunto a resolver que não pode mais esperar. Volto logo!
Por Krisha às 07:30